Nasceu e viveu em Beja até à adolescência, num percurso de vida que a levou às artes, com o curso de pintura da Faculdade de Belas Artes, em Lisboa, aos estudos em psicologia infantil e ao trabalho como educadora. Quanto à idade gosta de dizer que fisicamente está a chegar aos 84 anos, mas continua “muito jovem no espírito”.
Amante da cultura e do conhecimento, com uma curiosidade que não dá sinais de abrandar com o passar dos anos, acredita que o segredo da felicidade está em manter um espírito atento, e faz questão de nos explicar que acredita “na importância de descobrir e de evoluir, como fatores importantíssimos para sermos mais felizes”.
A religião e a Igreja foram sempre uma parte importante da sua vida, e levaram-na a envolver-se directamente no trabalho de apoio aos mais carenciados. Hoje sente-se menos ligada à instituição mas a fé permanece, e reconhece que os ensinamentos de Jesus moldaram e continuam a moldar a sua vida e visão do mundo.
Explica-nos como quando estudou psicologia infantil aprendeu muito sobre si mesma, e sobre a sua própria forma de pensar, e percebeu que a maturidade não é algo a preto e branco, e mesmo quando se chega a uma idade avançada se pode, mesmo assim, “ter muito das crianças dentro de nós”.
Maria da Luz Amaro passou 56 anos da sua vida ao lado do marido, que já a acompanhava desde a infância. Decidiu juntar-se à comunidade Momentus há 2 anos, ao ficar viúva, e desde aí tornou-se numa das nossas residentes mais carismáticas, uma conversadora nata cuja simpatia e entusiasmo parecem inesgotáveis.
Uma conversa interessante e recheada de ideias e histórias dignas de registo, onde falámos da cultura e sobre o conhecimento, sobre religião e sobre a vida, e sobre a idade e a importância de mantermos um espírito jovem à medida que o corpo envelhece.
